“Uma Doce Menina”
Acordei cedo, como de costume, me
arrumei para ir para a faculdade, e fui para a sala, onde estavam minha mãe,
meu pai e Alp
Alp: hoje é o grande dia, em?
Kate: nem me fale, estou nervosa
Lana: do que vocês estão falando?
Jorge: hoje sai o resultado da prova
de Kate, se ela conseguiu o intercambio ou não
Kate: você ainda sonha com isso,
menina?
Olhei para minha mãe e não deixei de
ficar triste, ela era sempre muito dura comigo, mas eu tentava entender seu
lado, cuidar de uma família não deveria ser fácil
Alp: vá meu bem, estaremos torcendo
por você! E tente não se distrair com os cavalos dessa vez
Kate: -sorri- se pelo menos
eles não fossem tão bonitos...mas vou tentar
Meu irmão beijou meu rosto e eu me
despedi do meu pai com um abraço, enquanto minha mãe voltou a lavar os pratos
como se já estivesse sem paciência. Então fui para a faculdade, com o coração
cheio de alegria e esperança.
Como sempre fazia, passei naquela
enorme fazenda antes e como de costume, o senhor José estava lá, ele era um
antigo trabalhador dessa fazenda
Kate: bom dia senhor José
José: bom dia doce menina, pensei que
não viria hoje
Kate: até tentei, mas eu precisava
ver o valente, ele não vem treinar hoje
Valente era o cavalo mais bonito de
toda fazenda, eu o amava, e muitas vezes o senhor José me deixou lhe ajudar na
limpeza do cavalo, Valente era o cavalo mais bonito que eu já tinha visto na
vida
José: sim, olha ele ali!
Na mesma hora eu vi valente entrando
no campo de areia sendo montado pelo seu dono, o senhor Styles, um homem de
olhar fixo e que parecia ser frio como uma pedra. Mais uma vez nossos olhos se
encontraram e como se fosse automático, eu baixei a cabeça para evitar lhe
olhar por muito tempo, eu não sabia o que sentia toda vez que o via, mas
parecia um sentimento como medo, eu tinha medo dele, sem nem mesmo lhe conhecer
Kate: tenho que ir para não me
atrasar
José: boa aula Kate
Kate: muito obrigada
Sai dali, e olhei para trás algumas
vezes, vendo aquele homem manter a postura sob o cavalo, lhe deixando ainda
mais frio e altivo. Quem era ele, e por que ele fazia eu sentir arrepios?
Assim que Kate saiu, Alp me olhou
Alp: por que você sempre tem que ser
assim?
Lana: você não deveria estar no
restaurante?
Alp: você tem razão, é melhor eu ir
logo antes que eu já saia estressado daqui
Ele me olhou e saiu, batendo a porta,
mas eu não me importava, eu estava cuidando dos meus
Jorge: você tem mesmo que tratar ela
com tanta diferença?
Lana: e você esqueceu que ela não é
nossa filha?
Jorge: mas é como se fosse, ela me
foi entregue, e eu prometi a seu pai cuidar dela durante toda minha vida
Lana: exatamente, você prometeu, não
eu
Jorge: eles não sabem disso, e vão
acabar descobrindo se você continuar agindo assim
Lana: acredito que temos coisa mais
importantes pra nos preocupar
Jorge: como o que?
Lana: você sabe do que eu estou
falando, e se eles nos acharam? Aqueles homens não eram normais, eles estavam
observando o restaurante, e se forem eles? O que faremos?
Jorge: fique calma, eu já estou
buscando informações
Lana: como você quer que eu fique
calma? você sabe muito bem o que eles querem, e eu não vou perder meu filho
Jorge: isso não vai acontecer, eu
prometo!
***JUSTIN NARRANDO***
Estava em casa, tinha acabado de terminar de me arrumar, e desci para
tomar café da manhã. Assim que comecei a tomar o suco, acompanhado por minha
tia Rose, o meu chefe dos seguranças entrou, Fred
Fred: senhor, temos notícias!
Justin: espero que boas
Fred: sim
Justin: e o que você está esperando?
Ele olhou para a minha tia, mas eu
assenti, ele poderia falar na frente dela
Fred: encontramos!
Justin: o que?
Na mesma hora fiquei de pé e minha
tia fez a mesma coisa
Fred: eles estão mais perto do que
imagina, abriram um restaurante pequeno, em um bairro próximo daqui e seu filho
mais velho trabalha lá, além deles terem duas filhas
Justin: então que dizer que de todos
os lugares da Espanha e do mundo, eles preferiram ficar perto de nós?
Rose: agora é a hora de vingarmos
nosso sangue, e será sangue por sangue!
Justin: quero o endereço
Fred: sim senhor
Quando eu iria saindo, minha tia
falou
Rose: Justin, quero o sangue deles derramado como foi o nosso... você vingará sua mãe e seu pai, como tem que ser
Lhe encarei e sai sem lhe responder,
sentindo meu coração queimar de raiva ao lembrar da morte da minha mãe e do meu
pai, que está condenado a uma cadeira de rodas, sem nem conseguir falar ou se
mexer, eles iriam sofrer, isso eu posso garantir.
Ao chegar perto do meu carro, olhei
para Fred, que me seguia
Justin: vou andar um pouco a cavalo, me mande todas as informações, e eu quero o endereço, quando eu te der o sinal, estejam prontos
Fred: sim senhor
Fui para onde ficam os cavalos e pedi
para prepararem valente para mim, e logo montei, eu precisava pensar, o grande
dia do acerto de contar tinha chegado, e eu estava mesmo pronto para isso, mas
tudo que meu pai e minha mãe me ensinaram rodavam na minha cabeça, brigando com
todo ódio que eu carregava por aquela família. Eu não queria matar ninguém, mas
eu sabia que de acordo com os nossos costumes deveria ser sangue por sangue.
Assim que entrei no campo de areia com Valente, vi aquela menina novamente, cabelos
longos e olhos castanhos, ela tinha um olhar tímido e frágil, e eu não sabia o
porquê, mas eu não me sentia confortável com ela, e aparentemente ela também
não, porque assim que me viu, foi embora, olhando para trás algumas vezes.
Assim que ela foi, me aproximei de
José
Justin: ela novamente por aqui?
José: ela gosta de ver os cavalos,
senhor
Justin: e porque ela sempre vai
embora quando me vê?
José: ela não fica confortável, além
de sempre passar rápido por aqui, pois tem faculdade
Justin: faculdade?
José: sim, ela é estudante de
enfermagem
Justin: entendi!
Cavalguei por um tempo até que as
informações que eu pedi, chegaram, e eu me atentei ao endereço, dando o sinal a
Fred, que logo veio ao meu encontro... hoje era o grande dia. Entrei em meu
carro, sendo seguido por meus homens e logo cheguei ao restaurante, vendo o
filho daqueles assassinos através da vidraça do restaurante...hoje eles me
pagariam com o próprio sangue.
***LANA NARRANDO***
A manhã já tinha passado e eu estava
terminando de preparar nosso almoço, mas eu continuava sentindo uma grande
angústia no peito, e não sabia o porque, até que Jorge veio correndo em minha
direção, ele parecia desesperado
Lana: o que aconteceu?
Jorge: você tinha razão, eles nos
encontraram?
Lana: O QUÊ? MEU FILHO!
Sai correndo em direção ao
restaurante, sendo seguida por Jorge. A cada passo que eu dava, sentia meu
coração acelerar e apertar, eu não podia perder meu filho, de jeito nenhum.
Cheguei ao restaurante e o pior tinha
acontecido, aquele homem estava com a arma apontada para a cabeça do meu filho
e seus homens logo me seguraram
Lana: não, por favor, eu te imploro
Justin: ora ora, o assassino chegou!
Eles nos empurraram pra perto de Alp,
e eu pude abraçar meu filho, com muito medo
Jorge: por favor, eu te imploro, não
faça isso
Justin: você sabe como
funciona...sangue por sangue
Alp: MÃE, VOCÊ
ENLOUQUECEU?
Lana: EU ESTOU
PROTEGENDO VOCÊ
Alp: MAS ELA TAMBÉM É
SUA FILHA
Lana: FIQUE COM ELA!
Vi aquele homem me
olhar fixo por um tempo, e depois olhou para um de seus homens
Justin: me tragam a
menina!
Ele saiu dali e eu senti
um enorme alívio, pelo menos por enquanto
Alp: O QUE VOCÊ FEZ?